Desde que me lembro, o baile sempre teve um lugar especial na minha vida. A primeira mulher com quem dancei foi a minha mãe. Recordo-me de como dançava na cozinha e puxava-me para a pista improvisada da cozinha, mesmo quando eu, confesso, não gostava nada de aquilo. Mas, com o tempo, aprendi a amar esse momento. O baile transformou-se numa paixão, quase como um vício saudável, que me acompanhou em cada fase da vida.
No entanto, quando me casei, a dança ficou adormecida. Durante 14 longos anos, quase não dancei, salvo em raras ocasiões. Foi só depois do meu divórcio que me reencontrei com esta antiga paixão. E foi como reencontrar uma parte de mim que tinha perdido. Hoje, o baile não é apenas um hobby. É a minha terapia, o meu refúgio. Ele relaxa-me, faz-me esquecer os problemas e enche-me de uma alegria tão profunda que chega a ser indescritível. É como se cada passo tivesse o poder de curar feridas e devolver a luz aos dias mais cinzentos.
Porém, ao retomar, percebi algo importante: durante todos estes anos, pensei que sabia dançar bem, mas faltava-me algo essencial. Descobri que precisava de trabalhar a minha musicalidade, aprender a dançar dentro do ritmo e a dominar mais sequências. Foi em Portugal que me dei conta da singularidade desta arte – a perfeita harmonia entre o corpo, a música e o ritmo. Mas é em Espanha que vejo a verdadeira magia que a dança pode criar. É lindo como uma pessoa que dança com o coração, conectada ao ritmo, consegue emocionar quem assiste e transformar movimentos em arte.
Hoje, inicio esta nova etapa com dedicação, humildade e um enorme desejo de aprender e crescer. Este diário será o reflexo deste caminho – os desafios, as conquistas e, acima de tudo, o amor por esta arte que me dá vida.
Se gostaste desta experiência e queres acompanhar mais histórias sobre a minha evolução na dança, segue aqui para leres mais no meu Diário de Dança.
«Nunca deixes uma paixão adormecer, pois a alma sem luz começa a ceder”