Experiência na Academia Asento I

Após me mudar para Madrid, e ter decidido mergulhar ainda mais no mundo da dança me inscrevi em uma academia de danças latinas chamada «Asento», localizada no bairro de Usera. Curiosamente, esse foi o mesmo bairro onde encontrei uma habitação para alugar e viver.

A «Asento» era um projeto liderado por três jovens apaixonados pela dança, e um deles era Sérgio Cueva, que se auto denomina «Cuellar, o teu professor de Bachata, @SergioCuellar «. Já o seguia nas redes sociais desde Lisboa e, em algumas ocasiões, trocamos mensagens. Sempre foi educado, atencioso e disposto a responder às minhas perguntas. Mas o que realmente me conquistou foi a sua promessa de ensinar um novo passo de Bachata a cada dia do ano. Não sei se cumpriu esse desafio à risca, mas acredito que sim. No entanto, mais do que aprender os passos, o verdadeiro desafio era praticá-los diariamente até que se tornassem parte do meu repertório de maneira natural.

Minha experiência na «Asento» foi verdadeiramente enriquecedora. Durante os meses de outubro, novembro e parte de dezembro, aproveitei ao máximo cada aula, cada movimento, cada erro e cada acerto. Os professores eram excelentes, todos com um nível exageradamente muito acima do meu – o que, longe de me desencorajar, me inspirava ainda mais. Como em qualquer escola, sempre há aqueles professores com quem nos identificamos mais, e para mim, Sergio Cueva se destacou. Sua didática tornava simples até os movimentos mais complexos, ainda que, dependendo do nível da turma, alguns alunos precisassem de mais tempo para assimilá-los.

As aulas eram dinâmicas, bem estruturadas e ministradas com paciência. A preocupação dos professores em garantir que cada aluno interiorizasse o aprendizado era notável, mesmo sabendo que, muitas vezes, o verdadeiro domínio só vem com a prática fora da sala de aula.

Fiz o possível para participar de todas as aulas que conseguia, me adaptando ao ritmo e à metodologia da escola. Algumas foram um grande desafio para mim, especialmente as de «Men Style», onde, mais de uma vez, me vi completamente perdido nas sequências. Com o tempo, percebi que talvez estivesse atrasando o andamento da turma e, por isso, optei por não continuar nessas aulas, focando em outras que me permitissem progredir de forma mais consistente.

Infelizmente, a academia precisou fechar suas portas, por razões que nunca ficaram completamente claras para mim. Sérgio seguiu ensinando em outra escola, mas, infelizmente, a localização não era conveniente para mim. Desde então, estou em busca de um novo espaço onde possa continuar minha jornada na dança, ou talvez, explorando a possibilidade de aulas particulares. Ainda não tomei uma decisão final, mas o desejo de continuar evoluindo está mais forte do que nunca.

Dançar não é apenas um passatempo para mim; é um caminho de auto-conhecimento, superação e expressão. E, se há algo que aprendi nesta jornada, é que cada passo, cada tropeço e cada conquista fazem parte do processo. Continuarei a buscar o meu ritmo, pois a dança, assim como a vida, é uma constante evolução.

«O corpo pode esquecer um passo, mas a alma nunca esquece a sensação de dançar.»